Nunca é tarde!

Há momentos em nossas vidas que não queremos mais a companhia da solidão. Aquela solidão premeditada e até certo ponto estimada e valorizada. Queremos que alguém ultrapasse essa barreira e que deixe de haver solidão. Esse alguém nem precisa ser o mais perfeito, muito menos aquele príncipe que vem em um cavalo branco. Ele precisa apenas ter, ou melhor, ser aquele que desperte a curiosidade e o encantamento do descobrimento. Aquele que a cada novo despertar lhe proporciona os dias mais coloridos. E que lhe ame, e lhe respeite.
Talvez seja como fazer uma receita. O principal ingrediente é a reciprocidade. Ninguém ama sozinho. Com tantas inovações, ainda não conseguiram criar uma forma que promova uma integração unitária. O amor ainda é um sentimento dualista, e o mais sublime de todos os mandamentos. Amais uns aos outro como a si mesmo, é o meu maior mandamento, disse Jesus. Mas,ao contrário dessas máximas, não valorizamos e às vezes até maltratamos e vulgarizamos o ato de amar.
Talvez seja porque queremos compartilhar nossas vidas com pessoas tão perfeitas que esquecemos que ainda somos seres em desenvolvimento, evoluindo e consequentemente ainda dotados de falhas. O amor está justamente nisso. Nessa integração, nessa troca de conhecimentos que faz com que a cada dia compreendamos o quão sublime é o amor do nosso Pai, que nos deu uns aos outros pra que possamos nos amar em plenitude.
Certa vez eu li que o amor é como uma sementinha, que quando encontra um solo adubado, fértil pronto para o plantio ele se sente forte o possível para se tornar uma linda árvore. Mas às vezes esse solo é tão maltratado, mesmo sabendo que ele é fértil o suficiente para originar uma árvore, que ele se torna improdutivo. Também somos assim. O amor não deve ser encarado como sofrimento, porque se assim o for, seremos apenas solos improdutivos.